segunda-feira, 29 de abril de 2019

Aos dezasseis


Ontem, assim do nada:
- Tenho um anúncio a fazer:... Eu gosto muito de vocês os dois!...

A vermos televisão encostadas uma à outra como habitual, dá o trailer do Parque das Maravilhas:
- Mãe, vamos ao cinema ver este filme? Apetece-me ver mikis.
Fomos as duas, que o pai dispensa filmes de animação. A história era sobre uma mãe e uma filha super-unidas, melhores amigas a mãe fica doente e tem de ir fazer um tratamento:
- Vamos embora, não quero ver isto...
Mas não fomos e no fim a mãe regressa bem de saúde e choramos as duas.

Entre nós nunca há silêncio constrangedor. Falamos de tudo, de coisas importantes, de tonices, brincamos com tudo, gritamos na galhofa, às vezes parece uma casa de tolos.

Ela é a minha melhor amiga e eu sei que eu sou a dela. Ela sabe que não há absolutamente nada que não me possa contar e eu adoro que ela tenha toda essa confiança em mim.

O meu coração às vezes parece que vai rebentar de tanto amor que eu tenho por ela. Já nem sequer me lembro de como era a minha vida antes. Com ela, sinto-me completa!

Nunca, nem num milhão de anos, poderia imaginar que aos dezasseis a nossa relação seria assim, tão profunda, tão linda, tão nossa.

Eu dou-lhe toda a liberdade do mundo e ainda assim ela vem aninhar-se junto a mim. Amor assim não existe em nenhuma outra relação.

domingo, 21 de abril de 2019

Cansada

Às vezes sinto-me cansada de estar constantemente a trabalhar em mudar a minha mentalidade e deixar as tão enraizadas ideias de dieta. É um trabalho exaustivo e constante.

Às vezes arrependo-me de ter seguido o caminho da alimentação intuitiva. E se eu nunca encontrar o equilíbrio e só ganhar peso mais e mais?

Às vezes penso que nunca vou conseguir sair da fase do abuso pontual e começar a escutar a sério o meu corpo e finalmente balancear saudavelmente o que antigamente eu considerava alimentos permitidos e proibidos. Porque quando há uma aberta, os proibidos tornam-se os mais abusados.

Às vezes há coisas pequeninas que despoletam estes pensamentos e que me tiram o sono. Tipo uma foto por exemplo. Ou a respiração ofegante numa pequena e inofensiva subida de poucos metros.

Às vezes ainda me incomoda imaginar o  que será que os outros pensam de mim, do meu corpo, da imagem da minha família "coitadinhos, tão gordos e desleixados"... Será que alguém olha para nós e pensa isso?

Às vezes ainda penso que estou a fazer mal à minha saúde ao ter deixado as castrantes dietas, mesmo sabendo que as minhas análises clínicas estão com valores melhores do que nunca.

Às vezes acho que estou a reduzir os anos de vida saudável que terei para ver a minha filha criar a sua própria vida. Os meus e os do meu marido que também ganhou peso desde que eu abracei a alimentação intuitiva.

Às vezes penso quão mais fácil seria voltar ao cobertor aconchegante do controlo da balança e das rotinas restritas.

Isto porque eu só sei ser tudo ou nada. Raismaparta!

Estou aqui a sentir-me entupida de amêndoas e doces, quando na realidade não foi assim tanto que comi. Mas o facto de não ter andado a comer fruta nenhuma e muito poucos legumes deve ser um alerta do meu corpo. Eu ainda não os sei reconhecer e isso tira-me o sono. É 01:39 da manhã e eu aqui a tentar perceber o que sinto e porque me sinto assim.

Às vezes sinto falta da disciplina a que a dieta me obrigava. Não sinto falta da dieta em si, mas do planeamento. Eu funciono muito melhor com rotinas e neste momento sinto-me um pouco all-over-the place.

Não sinto falta do constante sentimento de culpa por não conseguir reduzir o meu corpo, mas sinto-me inchada e sei que me sinto melhor com menos peso e com mais mobilidade.

Eu afinal não quero mudar a minha trajetória, não quero ir novamente do 8 para o 80, mas quero corrigí-la.

Porque no final de contas, o  que interessa é como eu me sinto no meu corpo e neste momento sinto-me um pouco presa nele.

Mas eu não o consigo fazer sozinha, preciso da ajuda e compreensão dos meus. Preciso que eles me dêem a mão para caminharmos juntos e que puxem por mim. Só nos faz bem, a todos.


segunda-feira, 15 de abril de 2019

Semana curtinha


Semana curtinha de trabalho e compridinha de fim de semana. Vão ser 5 dias no meio do silêncio insurdecedor a relaxar do stress da cidade. Confesso que não consigo ficar muito tempo seguido na aldeia, mas uns diazinhos assim valem ouro!

Estão a var a capelinha lá em cima? Conto em ir lá a pé  por muito que me vá custar, porque o meu rabo de couch-potatoe está mais fora de forma do que nunca. Mas é uma questão de honra...

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Monday mood


Este texto apareceu-me ontem no instagram em tom de resposta do Universo ao meu dia da caca 😊

domingo, 7 de abril de 2019

Dos dias de caca

Ontem foi um dia de caca. Na mesoterapia tirei novamente as medidas e pelos vistos era suposto já ter perdido mais cm do que os que perdi. Vim para casa com um aperto no peito que me estava a fazer sentir pequenina, que me fez questionar se eu não tinha feito uma grande asneira ao deixar as dietas e seguir o caminho completamente novo e oposto da alimentação intuitiva e da aceitação de mim própria. Porque eu ganhei peso, eu sei. Porque eu sou de extremos. Porque eu um dia há muito tempo atrás decidi que queria mudar o meu corpo e que para isso tinha de o odiar em vez de o amar. Foi quando começaram as dietas e foi esse foi o meu grande erro na vida. Eu passei tanto tempo a odiar-me que me esqueci de como me amar. E agora com o body positivity tive um boost de confiança maravilhoso, sim, mas passei para o outro lado do espectro. Da restrição para o abuso. Do 8 para o 80...

Depois de muitos 'O que é tens? - Nada' e algum choro engolido, consegui finalmente abrir-me.

Ela: O que tens mãe? Eu conheço-te, estás triste com alguma coisa... Queres falar?...
Eu: Sabes, há dias em que me arrependo tanto de ter deixado as dietas... já engordei tanto!...
Ela: Oh! Só tens de equilibrar...
Eu: Mas eu não sei fazer isso. Eu sempre vivi nos extremos. Ou em dietas ou em abusos, não sei viver em equilíbrio...
Ela: Eu compreendo. Eu ajudo-te.

Eu sei que para as pessoas que nunca tiveram perto de desordens alimentares este é um não assunto, porque é um aspeto tão natural como respirar ou caminhar. Para quem, como eu, se debate com este problema, aprender a fina arte do Equilíbrio é uma aprendizagem árdua!

 A grande revelação para mim é que é possível eu amar-me como sou neste momento, mas mesmo assim tentar melhorar-me. E ela consegue ensinar-me isso.

Ela lê-me como um livro aberto. Ela sabe quando eu preciso de falar e quando preciso de estar quieta ou sozinha. Às vezes sinto-me culpada por estar a passar para ela estas minhas preocupações. Mas a nossa relação é assim tão transparente que é inevitável.

Ela é uma miúda impecável, tão forte, com uma auto-estima tão lá no alto que é impossível não a admirar ❤️

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Mas o que é isto?!?!


Um dia calor de verão e noutro frio de inverno?!

Já uma pessoa tirou os lençóis polares da cama e agora tem de andar a pôr mantinhas por cima?!

Começou uma pessoa a mentalizar-se finalmente em largar uma pequena fortuna num biquini daqueles mesmo bons e que deixam as meninas no sítio certo da Dama de Copas, para agora vir este frio polar?! Eu não vou experimentar biquinis com a termotebe vestida!!

Mas agora que os dias são maiores e que uma pessoa ia começar a fazer caminhadas em família depois do jantar, vem esta chuveirada do nada?!

Não é justo... Vou amuar ali no cantinho do sofá com uma chávena de chá, uma mantinha e 2 episódios do House Rules...