segunda-feira, 22 de março de 2021

Dos hábitos do passado

Hoje eu consigo olhar-me no espelho e não me focar somente nos pontos negativos.

Hoje eu consigo não precisar de validação externa para gostar de mim.

Hoje eu consigo fazer todo o tipo de refeições sem achar que estou a cometer um enorme pecado.

Foi preciso muito tempo, muito investimento próprio, muita desaprendizagem para chegar onde estou hoje.

O meu copo de auto-estima está cheio e hoje eu posso dizer que aprendi a gostar verdadeiramente de mim como um todo.

Mas...

Confesso que de vez em quando as ideias antigas ainda me visitam.

Confesso que às vezes morro de medo do futuro, dos problemas que o meu peso me possa trazer e muitas vezes penso que seria mais fácil e confortável voltar ao infinito ciclo das dietas que eu tão bem conheço (atenção: não é).

Confesso que às vezes fico triste pelo quanto o meu corpo mudou e pelo facto de poucas coisas que tinha me continuar a servir. Tento não ceder à tentação de guardar peças mais pequenas com o intuito de um dia voltar a caber nelas, não faz bem a ninguém isso. 

Confesso que continuo a fazer zero exercício, apesar de saber perfeitamente o bem que faz ao corpo e ainda mais à mente. Sei que continua a ser auto-sabotagem, mas não consigo ter vontade de me mexer seja de que maneira for.

Desaprender todos os hábitos apregoados pela indústria das dietas como "saudáveis" quando tudo o que faziam era deitar-me abaixo e empurrar ainda mais para o fundo a minha auto-estima é um trabalho árduo. Remar contra a maré dessa indústria que movimenta milhões é um trabalho a tempo inteiro. E às vezes apetece-me atirar a toalha ao chão e voltar a "encarneirar" nas dietas. Era mais fácil, de facto.

Mas depois penso em tudo o que passei, o quanto me custou a chegar aqui, ao ponto alto deste amor por mim e sei que não vale a pena voltar a odiar-me para modificar o meu corpo.

É seguir em frente, uns dias melhor e outros dias pior e tentar todos os dias fazer o melhor para mim.

É difícil, mas tenho de continuar comigo no topo das prioridades. 

segunda-feira, 1 de março de 2021

Hoje foi o dia!


 
Despi-me de roupa, preconceitos e mimimi e tirei do roupeiro e das gavetas o que já não me serve. 

E foi muita roupa.

O meu corpo mudou muito ultimamente. Se antes o aumento de peso se refletia praticamente só nas coxas e ancas, agora passou ao tronco e braços. Um pouco por todo o lado na realidade. E as blusas e os casacos foram os que mais se ressentiram. Confesso que o casaco de couro e o de ganga me custaram imenso...

Mas eu não quero guardar coisas porque "ai, um dia, vou caber nesta peça outra vez!". Chega disso!! Eu quero sentir-me bonita e confortável todos os dias, não só daqui a x meses (ou anos) quando o raio do casaco me voltar a servir. Been there, done that! E não funciona!

Ao mesmo tempo encomendei umas coisinhas na Natura, porque nem só de destralhe se faz a vida. Uma pessoa também tem de se mimar, pois então.

Confesso que é um processo que custa e que nem sempre estamos com o espírito certo para fazermos este exercício. Mas é necessário e no final sente-se uma certa leveza, sem dúvida.