quinta-feira, 25 de junho de 2020

Nem me acredito!!


Três meses e meio depois de ter vindo para casa em teletrabalho eis que... o patrão diz que é para continuar neste registo até ao final de stembro!!!!

Eu que estava convencidíssima que a partir de dia 1 ía voltar (com muito receio) ao escritório, fiquei nas nuvens!

Confesso que gosto de estar a trabalhar em casa. É que há dias em que trabalho das 9 às 18:30, o telefone não pára e os e-mails são seguidinhos, mas também há dias calmos que me permitem levantar da mesa da sala e passar ao sofá para ver um episódio de uma série, ou estender uma roupa ou tomar um belo banho. Gosto desta liberdade e ter este plano alargado - 3 meses - acaba por ser um sonho neste momento.

Agora que a preocupação com o covid está controlada para mim, é mesmo altura de me dedicar ao self-care. Quem sabe se não é desta que as rotinas se instalam.

domingo, 14 de junho de 2020

Como criar rotinas, alguém me explica?...

Ontem fomos às compras. Ao fim de algumas horas eu estava de rastos com dores nos pés (levei umas all star da feira), mas principalmente nas pernas e passei a noite com cãibras. E isso assustou-me. Se é assim aos 44, como será aos 60?

As minhas pernas sempre foram o meu maior problema. São gordinhas por todo, desde o tornozelo e repletas de celulite. Se antes eu as odiava e queria a todo o custo mudar a sua aparência (sofri horrores em sessões de mesoterapia), com o tempo aprendi a aceitá-las e a desligar o meu valor da aparência do meu corpo e delas também.

Mas uma coisa é eu fazer todo o percurso mental de aceitar o meu corpo, sentir-me grata pelas experiências que ele me proporciona e outra coisa é eu desleixar-me com ele. Ele merece que eu o trate com amor e com carinho e isso inclui o exercício físico.

Sim, eu abandonei as dietas.
Abandonei o ódio ao reflexo do espelho.
Abandonei a restrição de comidas de conforto.
Abandonei a escravatura da balança.
Abandonei a ligação do meu valor pessoal à minha aparência.

E sim, ganhei peso nesse processo. Bastante.
Mas também ganhei paz interior.
Ganhei um amor próprio que nem sabia que existia.
Ganhei alegria nas mais pequenas coisas.
O que eu não ganhei foi vontade de mexer o meu corpo.

Foram muitos anos a mexê-lo única e exclusivamente motivada pelo ódio à minha aparência e com o único propósito de o obrigar a diminuir de tamanho.

Não é esse o meu propósito agora. Não é minha intenção mexer-me para emagrecer, mas sim porque sinto a necessidade física disso. A minha resistência é nula neste momento e sinto que estou numa altura da vida crucial para abraçar uma rotina destas. Preciso muito. Pela minha saúde.

Não quero ginásios, nem PT's, nem grandes projetos. Quero começar aos pouquinhos mas regularmente. Pode ser uma caminhada, uns agachamentos, umas danças do youtube, subir escadas, ioga online...

O que eu quero é poder subir 2 lanços de escadas sem ficar a morrer, ou passear sem cãibras. Quero que por uma vez, esta vontade de me mexer venha de um sítio de amor por mim e não de ódio, porque é claro que eu sei que isto me faz falta e que é um princípio básico para uma vida saudável.

Mas como é que eu faço para ganhar a vontade de levantar o rabo do sofá ou da cama? Sou bem capaz de passar 2 ou 3 horas entre twitter, instagram, facebook, big brother, novelas... Não me passa pela cabeça desalapar e mexer-me um pouco?...

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Destes dias


 - Pois que continuo por casa em teletrabalho. Felizmente o meu patrão demonstra ser uma pessoa cautelosa e como o trabalho continua a ser feito na totalidade, manteve a modalidade até ao final do mês. Sei que vai ser muito difícil voltar a trabalhar fora de casa todos os dias quando acontecer, mas quero focar-me em sentir-me grata por ter estado estes últimos meses na segurança do meu lar e a acompanhar devidamente a minha filhota.

- A minha filha contou aos meus pais que tem uma namorada e eu fiquei super-orgulhosa dela, pela conversa adulta e pela maneira como a conduziu. Senti também orgulho pelos meus pais que, apesar de chocados e de terem de assimilar a situação, nem sequer puseram em causa o amor por ela e o apoio que continuam a dar-lhe. Passado uns dias contou à minha cunhada que também vive uma relação não assumida com uma rapariga. A minha filha está uma mulher e deixa-me orgulhosa todos os dias.

- Hoje fiz algo que já não fazia há muito. Pesei-me. Não o devia fazer, porque sei que é uma coisa que pode mexer muito comigo, mas a curiosidade foi grande e não resisti. Não sei se aumentei ou diminuí desde a última vez, mas julguei que pesasse mais. 

- Ando tão farta de cozinhar e de comidas, que há dias em que como mesmo muito pouco, porque não me apetece nada. Sei que devia comer mais legumes e fruta, mas não o tenho feito. Sei que devia beber muuuita mais água, mas também não o faço por pura preguiça. É como se o espaço livre na minha cabeça estivesse todo ocupado com as preocupações e angústias do que se passa no mundo e não tivesse espaço para olhar para dentro de mim. 

- Agora que a vida volta aos poucos a uma nova normalidade, já não estamos presos na nossa bolha, quero voltar a olhar para dentro de mim. Quero nutrir mais o meu corpo e hidrata-lo decentemente, como ele realmente merece. Também quero mexê-lo mais, ainda não sei como, mas um dia hei-de descobrir.

- Voltei a fazer unhas noutra menina, desta vez de gel em vez de imersão em pó e adorei. Além de ter pago quase metade do preço, ficou um trabalho muito perfeito e uma pessoa sente-se logo mais bonita e vaidosa. 

- Decidimos que vamos passar 15 dias de férias ao Algarve em agosto. Vamos para o apartamento particular para onde já vamos há alguns anos e o tipo de férias que costumamos fazer (sem restaurantes, sem noitadas e sem bares) é perfeitamente compatível com as restrições deste ano e sempre mudamos de ares. Refeições no terraço com vista para o mar aqui vamos nós!!

- Já nos juntamos com a minha família chegada e com a família chegada do hubby. Foi um longo tempo sem nos vermos, mas de ambas as vezes correu tudo muito bem, parece que o afastamento fez bem a toda a gente!

E tem sido assim, devagar, devagarinho vamos voltando às rotinas, sem esquecer as novas cautelas e sempre de máscara e desinfetante no bolso.