sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Sou eu... Era eu...


Esta sou eu há 20 anos atrás. Tinha 24 anos.

Esta foto está colada no espelho do meu quarto há já alguns anos. Inicialmente coloquei-a lá para me lembrar de nunca mais voltar àquele peso. Olhava para a foto e só conseguia ver o duplo queixo, os braços rechonchudos e o olhar triste. E não queria ser mais assim, que horror!!

Hoje, com 44 anos, eu olho para ela, olho para mim e vejo que os braços voltaram a ser rechonchudos, a cara voltou a ser mais cheiinha, mas a expressão é totalmente diferente.

A Sweet dos vintes queria ao máximo passar despercebida, era extremamente insegura e só queria era ser feliz (e era, apesar da expressão).

A Sweet dos quarentas não se importa de se destacar, já não quer ser apenas um tom de cinza, tem todas as cores dentro dela, quer fazer-se ouvir, quer estar de bem com a vida e só continua a querer ser feliz.

A vida deu umas boas voltas nestas duas décadas, mas a maior de todas foi sem dúvida na minha maneira de pensar.

Fisicamente foi um circulo completo, todo o peso que perdi à custa de tanto sacrifício físico, mas essencialmente mental, voltou todinho para mim.

A foto continua lá, no espelho, mas para me lembrar que não me quero mais esconder, nem tentar encolher-me ao aceitável pela sociedade.

Para o novo ano desta vez não tenho pretensões de perder x quilos em x tempo, nem de me obrigar a fazer exercício x vezes por semana para me catalogar de "bem comportada".

Nada disso! Para o novo ano quero continuar a olhar-me no espelho, dizer "obrigada corpo" e tratar todas as regueifinhas com gentileza. Hidratá-lo porque ele precisa, massajá-lo com cremes porque a pele agradece e fazê-lo mexer porque ele não quer ficar enferrujado.

E esta é a grande mudança de mentalidade: tratá-lo com amor como o meu melhor amigo e não castigá-lo com ódio como se fosse um demónio.

E nunca, mas nunca mais, descurar a saúde mental