terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Ontem não foi um dia bom...


Ou por ser segunda feira, ou por estar um dia frio e morrinhento, ou por causa da cabra da tpm, ou provavelmente por tudo isto junto, à medida que a manhã passava, sentia-me a afundar num poço de mau humor. Devo ter dito provavelmente uma dúzia de frases durante o dia todo.

Há dias assim, eu sei, permito-me senti-los e espero ansiosamente que passem porque, apesar de saber que são temporários e ocasionais, eu odeio sentir-me assim. Só quero que me deixem no meu canto, não preciso que andem de volta de mim nem que falem comigo. Só quero estar sossegada com a minha enorme manta de mau humor.

Sentir-me mergulhada em auto-comiseração dá-me sempre vontade de me entupir de doces. É como se "merecesse" um miminho para me animar. É estúpido, eu sei, parece que eu quero comer as minhas emoções, mas aconteceu uma coisa interessante, por acaso.

Comprei donuts. Eu adoro donuts daqueles simples, mas que nunca vêm sozinhos, vêm aos quatro. Ao almoço comi um. E depois comi outro. E parei porque me apercebi que estava a comer emocionalmente. Confesso que me apetecia comer mais, mas decidi não o fazer.

Antigamente o que acontecia era que eu teria comido os quatro (e mais se houvesse) e no fim ia sentir-me enjoada, envergonhada comigo própria e arrependida. Ontem não. Segui o meu dia, mais docinha, pelo menos, consciente que comi emocionalmente e que isso não ajudou em quase nada no meu mau humor, mas pelo menos soube-me bem e sem arrependimentos.

Nem à noite me passou. A nuvem negra ainda pairava em mim (estava difícil... ) e não me deitei sem malhar nos outros dois donuts.

Hoje é um novo dia, o sol já brilha um pouco lá fora e cá dentro e espero que o raio da nuvem tenha sido levada para longe.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Ele e Ela


Ele apoia-me incondicionalmente. Sempre. Ele sempre esteve lá para mim, nos bons e nos maus momentos  compreendendo ou não os meus caprichos, sem nunca os questionar, somente aceitando e chamando-me à terra quando eu ultrapassei o limite do razoável (felizmente  porque eu estava cega).

Ele deu-me o que mais veio dar sentido à minha vida: Ela.

Já não sei viver sem ela nem me lembro como era a vida antes dela. Eu nasci para ser mãe, mas mãe dela. Completamo-nos como nunca na vida pensei ser possível. Ela é o sol do meu mundo, por mais cliché que isto seja.

Eu, ele e ela, fazemos a família perfeita, muito além do que eu alguma vez poderia sonhar ❤️

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

9 meses depois


Nove meses depois de embarcar na aventura do body positivity e da alimentação intuitiva, tenho notado algumas diferenças da maneira como olho para a comida e como a sinto. Acho que finalmente o meu corpo está a abrandar ao pedir-me as comidas que eu antigamente restringia. Já não me apetece doces nem comidas mais calóricas a toda a hora. Por acaso, ele até me tem pedido umas coisas interessantes que dantes nunca me teria passado pela cabeça sequer experimentar e muito menos gostar e apetecer-me. 


Sushi
Ora bem, fui com a mente muito aberta, mas nas primeiras vezes não me conquistou. Ultimamente temos comido todas as semanas e eu, que até dispenso o arroz nas refeições normais, fico satisfeitinha da vida quando vamos buscar um menú de sushi. Pela mentalidade de dieta, não seria algo para comer regularmente pela quantidade de hidratos de carbono... 
 

Chá 
Se há uns meses atrás eu era incapaz de beber chá sem açúcar, hoje em dia bebo várias chávenas ao dia sem problema. É mesmo uma questão de hábito e se antes aproveitava qualquer desculpa para consumir algo doce, agora não é o caso. 
 

Chocolate
Sempre foi e sempre será a minha grande perdição. Se estou desconsolada, só o chocolate consegue amansar a gula. Se antes era qualquer chocolate (bom, fraco, doce, azedo, em tablete, em bombom, em pó, de culinária), hoje sou mais seletiva e prefiro um bom chocolate preto. E não precisa ser uma grande quantidade, basta um ou dois quadradinhos. Estou mais seletiva e não encharco o meu corpo com porcaria. Este do Jumbo é simplesmente maravilhoso, seja na versão amêndoas ou avelãs.
 
 
Shopping
Antigamente ir jantar ao shopping era sinónimo de jantar McDonalds ou Pizza Hut. Afinal se era para sair da linha, que fosse em grande com comidas altamente calóricas e decadentes. Hoje dou por mim a ir à Pans e pedir meia sandes de salmão e guacamole e outra meia de mozzarella, tomate e pesto, porque tenho curiosidade de experimentar esses produtos mais naturais. E isto veio naturalmente, não é de todo manipulado pelo fantasma da dieta. 
 

Legumes
Se antigamente comer legumes à refeição era uma obrigação e um pequeno acréscimo ao prato, hoje é normal prescindir do arroz e da massa (porque não me apetece mesmo) e fico-me só pelos legumes e carne ou peixe porque é só isso que me apetece. Aliás, ultimamente tenho optado por almoços semi-vegetarianos e além de me divertir imenso a descobrir novos sabores, estou a adorar.
 

Sede
Após anos e anos a ignorar as minhas pistas naturais de fome, confesso que ainda não consigo distinguir bem quando tenho fome ou sede. Tenho notado que às vezes como qualquer coisa, quando na realidade o que tenho é sede. Parece estúpido e é difícil de explicar. Então tens sede e comes?! Não sabes que tens sede?! Às vezes não. Mas estou a tentar ficar mais atenta a estes sinais e a reconhecê-los. 
 

Lanches 
Ando a comer menos aos lanches e se não me apetecer de todo, salto essa refeição. Isto seria impensável com a mentalidade de dieta, tinha de comer de 3 em 3 horas, tivesse fome ou não. Aliás, conseguir largar o ato de comer por hábito a determinadas horas é ainda um trabalho em progresso. 

É muito importante para mim reconhecer estas pequenas conquistas. Se há dias em que me sinto no topo do mundo e maravilhada com esta liberdade da comida e com o facto de estar a gostar mais de mim, há dias também em que acho que estou a fazer uma grande asneira e que vou acordar um dia arrependidíssima de ter largado a dieta e que tenho de voltar para ela...

sábado, 2 de fevereiro de 2019

Então pesei-me...

... e durante uns minutos, senti um verdadeiro turbilhão de emoções dentro de mim.

- OOhhhh!!!
- Podia ser pior...
- Mas ainda pensei que não fosse tanto...
- É oficial! Já ganhei 20 dos 30kg que perdi ao longo dos anos...
- Tenho de voltar às dietas e perder o raio deste peso...
- Mas para que é que eu deixei a dieta?!...
- Já te esqueceste do que andaste a sentir ao longo destes 9 meses?...
- Não, não esqueci. Mas valeu a pena? Valeu a pena desperdiçar o esforço que fiz durante 16 anos para perder peso?

Eu já sabia que a decisão de voltar a pesar-me me ia afetar. Só não sabia que as lágrimas me iam escorrer pela cara livremente sem eu as conseguir controlar. Como se viessem sem filtro mesmo cá de dentro.

Eu já sabia que ao escolher a liberdade do body positivity e da alimentação intuitiva e deixar de vez a vida das dietas, ia ter de aceitar o aumento de peso como contrapartida a tudo o que ganhei.

E o que é que eu ganhei neste percurso além do peso?

Ganhei liberdade
Ganhei uma grande dose de amor próprio
Ganhei umas férias despreocupadas
Aprendi que a comida é só comida, que não há comida boa, nem comida má e que tenho só de a balancear
Aprendi a caminhar de cabeça erguida (literalmente) e com confiança em mim
Aprendi que não me interessa a opinião que os outros possam ter sobre a minha figura
Aprendi que eu mereço ocupar o meu espaço no mundo
Aprendi que o meu valor não está intrinsecamente ligado ao número da balança
Aprendi que eu sou muito mais do que o meu corpo
Aprendi que o meu corpo ainda está confuso de tantos anos em que lutei contra ele.

Foram cerca de 16 anos a tentar encolhê-lo, a dar-lhe pistas confusas, a lutar contra ele. Obviamente que ele ainda não confia em mim. A maior parte das vezes ainda não consigo perceber quando é que tenho mesmo fome ou se como só por hábito. É ainda um trabalho em progresso.

E aqui estou eu. É este o momento. Estou na encruzilhada. Tenho à minha esquerda o caminho da dieta e à minha direita o caminho da alimentação intuitiva.

É nesta altura em que muita gente volta atrás ao que sempre conheceu toda a vida, ao que a grande indústria das dietas nos impõe. Eu percebo, já lá estive, sei o gozo que dá perder uns quilinhos, a sensação boa que é comprar umas calças do tamanho abaixo. Mas também me lembro das restrições e de como era dura comigo própria quando isso não acontecia.

Eu sei que o meu corpo vai encontrar o meio termo. E eu quero continuar a sentir a minha liberdade. A liberdade de me sentir bem no meu corpo. De olhar para o espelho e não odiar o que vejo. De falar para mim própria com gentileza. De me perdoar pelos meus erros. De gozar do prazer que a comida me dá. Quero passar a mexer mais o meu corpo, mas por me dar gozo, por gostar da sensação com que fico depois, não como castigo.

Quero a liberdade e quero amar-me ainda mais e isso sei que não vou conseguir pelo modo de vida restritivo da dieta, só pela alimentação intuitiva.

Mexeste comigo, balança, mas não me deitaste abaixo, nem me desviaste do meu caminho!


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Universo, és tu?...


Já tinha decidido pesar-me hoje, quando esta mensagem me apareceu no instragram...

... mesmo assim, resolvi ir em frente. Peguei na balança e... Ela não tem pilhas!

Há mais alguma coisa que me queiras dizer, Universo?!

Nota: vou comprar pilhas porque, agora sim, estou curiosa!

 Nota 1: E saí de casa sem a referência das pilhas... Really?!...