domingo, 11 de abril de 2021

Dia zero?...


 Pesei-me.

E vi algo que nunca imaginei para mim: 3 dígitos.

Eu sei que o número da balança não me define. Eu sei que o número da etiqueta das calças não me define. Eu sei que o espaço que ocupo no sofá não me define.

Eu sei o valor que tenho como mulher, como mãe, como esposa, como filha, como neta, como amiga, como profissional. E nada disso está ligado à minha aparência física.

Eu hoje sei que é impossível odiar-me até me amar, que isso não resolve porra nenhuma, só me diminui perante mim própria.

Eu não me arrependo de ter ganho 35kg depois de ter perdido 30. Esse foi o meu caminho e não seria a pessoa que sou hoje se não o tivesse percorrido passo após passo.

Tornou-me uma pessoa melhor, mais forte, mais independente, mais segura. Hoje não preciso da validação dos outros para me validar a mim mesma.

Mas...

Não posso continuar assim. O peso em excesso vai fazer-me mal, sim. Não à pessoa que me olha de volta no reflexo do espelho, essa sei o valor que tem. Mas vai fazer mal ao peso que os meus pés e pernas têm de carregar e eventualmente vai sobrecarregar o meu coração, ou os meus pulmões.

Eu quero perder peso. Eu preciso de perder peso. Mas nunca mais odiar-me como motivação... onde é que raio eu tinha a cabeça para algum dia ter achado isso uma boa ideia.

Eu quero perder peso porque me amo. Porque isso sim é cuidar de mim.

Eu quero pesar-me e não confundir o meu valor com o número da diaba da balança. Eu quero levantar-me do sofá e não caminhar como uma velha de 80 anos.

Eu não quero entrar no cíclo diabólico das dietas que não resultam e que nos convencem que a culpa é sempre nossa da nossa falta de empenho e de motivação.

Isto é um equilibrismo numa linha muito fina e quebradiça, mas eu tenho de tentar. Por muito difícil que seja manter esse equilíbrio. Não quero é continuar no caminho em que estou neste momento. 

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