sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Acabou-se!!...

Já há uns dias que me andas a enervar... Sim, tu. Tu que estás guardada na gaveta por baixo dos lençóis polares da menina. Já não te ligo... Já não mandas em mim.. Já não me gritas FALHADAAA!! quando me ponho em cima de ti.

Silenciei-te. Adormeci-te. Mas não te matei. Controlo-te ao me controlar para não ceder ao teu chamamento. Há algum tempo que não dou protagonismo. Mas continuas ali a dois passos de me fazeres sofrer se eu deixar.

Ou continuavas. Já lá não estás mais!

Peguei nos sacos do lixo e peguei em ti também para te guardar na garagem, mais longe de mim. Longe fisicamente, mas sabia que a corrente afetiva só esticava, não quebrava.

Chovia... O elevador parou no rés do chão... Fui levar os sacos ao contentor e tu foste comigo. Voltei para dentro para te esconder numa qualquer gaveta funda da garagem... A chuva continuou mais forte e eu quase que a ouvia a dizer DEITA-A FORA!!

Em vez da meia volta para a garagem, dei a meia volta para o contentor e atirei-te lá para dentro com a alma lavada. Subi as escadas a pé como há muito não o fazia com uma leveza no corpo e uma ainda maior na alma.

Fui tua prisioneira anos a fio! Deixava nas tuas mãos as minhas vitórias e os meus fracassos. Deixava que me dominasses o humor consoante o número que me mostravas todas as manhãs, despida de tudo e o mais vulnerável que me podia sentir.

Não o fazes mais. Não me interessa o que tu dizes. Nunca mais quero ser associada a um número.

Quero o meu bem estar. Quero o meu amor por mim em alta. Quero tratar-me com o amor que eu mereço. Quero os meus banhos quentinhos. Quero os meus cremes cheirosos. Quero a minha pele macia. Quero as minhas caminhadas com a minha música como companhia. Quero os meus bolinhos. Quero os abracinhos dos meus amores. O que eu não quero nunca mais é ser julgada, mais por mim própria do que por qualquer outro ser, pelo número que gritas!

Nunca. Mais.

Adeus balança

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