- Começar aos poucos a fazer meditação - quem faz diz maravilhas e eu adorava ganhar esse hábito
- Além da frase diária de self love começar também um diário de gratidão - focarmo-nos nos pequenos prazeres da vida leva-nos a relativizar os "problemas" do dia-a-dia
- Começar a fazer ioga - sinto o meu corpo incrivelmente enferrujado e adorava ganhar mais flexibilidade
- Ter mais atenção à minha postura sentada ao computador ou no sofá - as minhas costas já reclamam de horas a fio curvada nas posições mais estranhas possíveis
- Criar uma rotina noturna de cuidado da pele e incluir nessa meia horinha o tal diário de gratidão e self-love - é incrível como eu consigo procastrinar os cuidados com a minha pele e o journaling que me sabe tão bem
- Ouvir mais o meu corpo e balancear os chocolatinhos que lhe dou com mais legumes e frutos
- Continuar as caminhadas em família que neste último mês foram interrompidas pela chuva e pelo confinamento - enquanto o meu esporão permitir pelo menos
- Continuar a hidratar o meu corpo por dentro e por fora - estes dois hábitos já estão mais ou menos enraizados, é só continuar
domingo, 27 de dezembro de 2020
O que eu quero para 2021
sexta-feira, 4 de dezembro de 2020
Daqueles sonhos reais
terça-feira, 3 de novembro de 2020
Da libertação do peso dos números
Há poucas semanas descobri a maravilha das leggings como roupa de andar por casa.
Foi coisa que nunca me tinha chamado a atenção, por um lado por não achar que favoreça as minhas pernas, por outro porque vejo muita gente na rua com leggings pouco opacas e detesto isso. No entanto, descobri na Decathlon umas bastante opacas e confortáveis.
Ora faltava-me umas túnicas para me sentir mais confortável. Hoje fui à Kiabi e comprei duas túnicas tamanho XXL. Sim o XL servia-me, mas não dava o aspeto largo ao look que eu procurava, então subi o número sem fazer disso um bicho de sete cabeças.
E se isto parece realmente algo sem importância nenhuma para o comum dos mortais, para mim é mais um passo de gigante na aceitação e no facto de descolar todo e qualquer valor do número da etiqueta. No passado nunca me teria atrevido a subir um número. Provavelmente iria preferir mudar por completo o estilo que procurava. Hoje sinceramente não quero saber da etiqueta, quero é sentir-me bem comigo.
E estes outfits vão ser bastante usados nos próximos tempos, pois como era mais do que previsível, voltamos ao teletrabalho e ao slow living...
terça-feira, 27 de outubro de 2020
Never have I ever
domingo, 18 de outubro de 2020
Tem dias
Há dias em que sinto que não estou empenhada a 100% nisto do body positivity.
Há dias em que penso que seria tão mais confortável embarcar em mais uma dieta. É difícil ver o meu corpo a mudar, a voltar à estaca zero.
Há dias em que sinto falta da sensação de falso controlo que a dieta me transmite. Sinto falta do objetivo, daquela adrenalina quando um dia corre na perfeição.
Nunca sentirei falta da sensação de fracasso quando a dieta empanca ou quando invariavelmente deixa de funcionar. E muito menos falta sentirei da sensação de falhanço ao olhar pela quinta vez para o número da balança sempre despida de qualquer acessório que acrescente 10 gramas sequer.
Há dias em que me sinto poderosa, levanto a cabeça bem alto e caminho com segurança no andar e de sorriso no rosto.
E depois há dias em que me questiono se terei tomado a decisão certa e sinto-me só desleixada.
Porque eu sinto que ainda não soltei as amarras completamente. Adoro a liberdade que o self-love, a self-acceptance e o body positivity me dão, mas lá no fundo eu ainda quero ter um corpo mais pequeno. Não para me encaixar mais em algum padrão, mas porque as pernas começam a queixar-se e eu lá no fundo tenho medo que os quilinhos a mais acabem mesmo por ser prejudiciais à minha saúde no futuro.
Eu não quero embarcar em dietas e obsessões de números, mas quero retirar alguma gordura do meu corpo. As pernas e os pés começam a ressentir-se e penso que isso seja ele a chamar-me à razão.
Gostava que ele encolhesse um pouco, não posso mentir, mas sem ponta de obsessão, sem ponta de sacrifício, só a ouvi-lo, a nutri-lo, a move-lo como ele merece.
Não quero voltar à never-ending story das dietas de A a Z, mas também não quero continuar a crescer mais e mais. É um equilíbrio muito fino e que vou ter de encontrar para bem da minha saúde física e mental.
quarta-feira, 30 de setembro de 2020
De volta
sábado, 19 de setembro de 2020
segunda-feira, 14 de setembro de 2020
Das novas resoluções - frutas e legumes
segunda-feira, 31 de agosto de 2020
Eu mereço!!!
Chega de esperar por ter um corpo assim ou assado ou chegar a determinado número (na balança ou nas calças) para me achar merecedora de alguns mimos.
Setembro para mim é sempre um virar de página. É um caderno a cheirar a novo com folhas limpinhas, só cheias de esperança de criar um Eu melhor que merece que eu ouça o meu corpo, que cuide dele, que o nutra devidamente, o hidrate, o mexa e o mime.
Porque foram anos demais convencida de que para ter motivação para o mudar, eu tinha de o odiar. Foi a maior mentira em que acreditei. E por isso corpo, eu te peço desculpa. A ti que estiveste sempre aqui quando eu mais te odiei, tu nunca me abandonaste. Nunca mais te voltarei a odiar...
Setembro é sempre sinónimo de recomeço e neste recomeço vou sair da minha zona de conforto e mimar-me com coisas novas que não faço por vergonha ou por considerar que não consigo ou mereço.
Eu mereço agora e sempre!
💭 Usar um vestido
💭 Correr 1km seguido
💭 Fazer uma massagem
💭 Fazer manicure e pedicure regularmente
💭 Usar umas botas compridas
💭 Fazer uma aula de grupo (ioga ou zumba, por exemplo)
💭 Aprender a maquilhar-me
💭 Renovar o guarda roupa
É também minha intenção, agora mais do que nunca, ouvir o meu corpo, respeitá-lo, amá-lo e trata-lo incondicionalmente. É minha intenção fazer também isto:
💭 Fazer 100 horas de caminhadas - acompanhada pela minha música e em sítios agradáveis para mente
💭 Andar sempre com a garrafa de água na mochila - e bebê-la mesmo, eu sou pro em auto-sabotar-me com a hidratação e como isso faz bem a todo o corpo
💭 Privilegiar frutas e vegetais na alimentação - quero começar a comprá-los na feira ou no pequeno comércio e a fazer a sua preparação no fim da semana. Se já estiver tudo lavadinho e arranjadinho, devidamente acondicionado, haverá a tendência de os consumir mais
💭 Arranjar 30 minutos ao final do dia para desacelerar - são 30 minutos que quero roubar à tv ou às redes sociais e passa-los a tratar da minha pele, da inspiração do dia e aventurar-me no mundo da meditação
domingo, 23 de agosto de 2020
Do merecido descanso
Chegamos ao Algarve há uma semana e temos aproveitado para descansar, apanhar sol e tomar meios banhos de mar e de piscina.
Não acho que esteja menos gente do que nos outros anos e sinto que anda tudo muito à vontadinha, como se não estivéssemos no meio de uma pandemia. Por isso limitamo-nos a fazer o percurso praia-casa-piscina. Saímos uma vez à noite só para passear, mas mesmo de máscara não nos sentimos confortáveis e não fomos mais.
É o nosso estilo de férias caseiras de que sempre gostámos: juntos, mas a dar espaço suficiente para cada qual fazer o que lhe dá mais prazer.
Tal como em todos os outros anos, não posso deixar de constatar o mesmo: Não há corpos perfeitos! Há sim pessoas que se sentem mais ou menos à vontade neles. O meu este ano está maior, mas não foi por isso que pus o biquíni de lado. Penso até que nunca me senti tão em paz com ele como este ano.
Setembro está aí à porta e, como sempre, é sinónimo de recomeço. Este ano tenho aí uma ideia nova que vai na linha do #selflove e do #eumereçocoisasboas. Dia 1 falamos 😊
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Depois da tempestade vem a bonança... sempre!
terça-feira, 4 de agosto de 2020
Senti-me profundamente discriminada
No início do ano fui a uma consulta de Medicina Geral no Hospital de Alfena queixar-me de umas dores que tinha num braço e que irradiava para a perto do pescoço. Na altura, a médica mandou-me fazer uns movimentos, pôs de lado a culpa do colchão ou da almofada, receitou-me uns comprimidos, disse que iria melhorar, mas se a dor voltasse seguiríamos para uns exames complementares. Fui bem tratada, como uma paciente qualquer. A dor passou e andei bem durante uns meses.
Ultimamente tenho tido novamente o início da dor e voltei à consulta desta vez com outra médica que estava de serviço. Mal descrevi o que sentia (tal como da primeira vez) a médica disse-me logo que o que devia era comer só sopa à noite e uma peça de fruta. Perguntou se eu fazia exercício e quando eu disse que fazia caminhadas dia sim dia não, disse logo Ah, mas devia fazer todos os dias! Independentemente do que eu dissesse nunca iria ser suficiente. Como estava a receber o meu silêncio como resposta, mudou um pouco a postura É claro que as pessoas magras também têm problemas de coluna, não é... Mas sabe que tem de fazer dieta, tem muito peso.
Aí não aguentei e tive de me defender do que estava a sentir como discriminação e disse Eu fiz dieta durante 20 anos e por causa disso desenvolvi problemas alimentares, uma obsessão e para bem da minha saúde mental desisti disso. Agora só preciso mesmo é de encontrar o ponto de equilíbrio.
Vamos lá a ver: Eu sei que tenho excesso de peso! Eu sei que eventualmente isso pode causar problemas de saúde! Mas esta estúpida não me examinou, limitou-se a atribuir o problema ao excesso de peso sem mais nenhum meio de diagnóstico.
E continuou: Tem feito análises? Consulta ginecológica? Citologia? Sim a tudo. Eu tomo conta da minha saúde! E as análises estão bem?! Fez aqui no hospital para eu dar uma vista de olhos? Por acaso não tinha feito lá, mas o meu colesterol nunca esteve tão bom na minha vida. Claro que estava tão intimidada que nem isso me lembrei de lhe dizer.
Se bem que eu também não tinha de lhe provar nada. Eu estava a ser alvo de discriminação por causa do meu peso, sem recurso a qualquer outro meio diagnóstico a não ser a estupidez e a insensibilidade desta pessoa.
A meio da consulta, e como eu estava basicamente a ignorar os seus sábios conselhos para perder peso - que não pedi - ela desistiu e resolveu focar-se em mandar-me fazer um raio-x e receitou-me medicação para as dores… vá lá...
Conclusão, vou tomar a medicação e vou na realidade fazer os raio-x, mas não volto a lá por os pés, nunca mais. Vou à primeira médica que me tratou como uma pessoa, olhou além do meu peso e tratou-me como eu merecia.
Não é a rebaixar as pessoas que que conseguem resultados. Se esta gaja soubesse os passos que me fez voltar atrás hoje, enfiava-se imediatamente num buraco.
domingo, 19 de julho de 2020
É disto mesmo que eu sinto falta
Não sinto falta das restrições, nem do ódio por mim e muito menos das desilusões na balança no final da semana.
Mas sinto falta da sensação segura de ter um objetivo. Do planeamento e do sentimento de dever cumprido. Sinto a falta disso.
Ontem foi um daqueles dias em que me sentia gorda (ainda há dias desses em que isso me afeta) e, num instante de sinceridade crua disparei para a minha filha:
- Que pernas tão gordas eu tenho...
- Se não te sentes bem, faz alguma coisa!
- Gostavas mais de mim se eu fosse mais magra?
- Não! Tu és muito mais do que isso. Aliás gosto mais de ti agora do que quando eras mais magra, és mais feliz agora.
E eu fiquei embevecida a olhar para ela. Eu sei que nem sequer deveria ter feito esta pergunta, até porque já sabia a resposta, mas saiu-me, pronto. E ela continuou:
- O nosso problema é que nós decidimos que vamos fazer coisas, fazemos duas vezes e desistimos. Por exemplo as segundas-feiras vegetarianas, as caminhadas, o levantar cedo ao sábado para caminhar na praia...
E ela tem razão. Desistimos ao fim de poucas vezes e eu culpo-me por isso. Afinal as refeições são por minha conta e acordá-los ao sábado também. É a minha veia sabotadora a funcionar desde sempre.
Desde o início do confinamento, já lá vão 4 meses, deixei de fazer o planeamento das refeições, porque estou maioritariamente em casa e baldo-me mais. Há mais refeições do desenrasca e mais frango no churrasco com batata frita.
As caminhadas também são facilmente sabotáveis com o "hoje não que estou cansada", ou o "hoje não que está calor" ou o "hoje não que está vento" ou mesmo o "vamos amanhã" e assim se vai marcando mais o nosso rabo no sofá e empurrando com a barriga um hábito saudável tanto para o corpo, como para a mente e até para o nosso relacionamento familiar.
E pronto. Mais uma lição que recebi desta pirralha que me conhece melhor do que ninguém neste mundo.
Resultado:
- Vou voltar ao planeamento das refeições semanais incluindo as segundas vegetarianas, as quintas de peixe e as sextas de sopa.
- Vamos voltar às caminhadas ao fim do dias e aos sábados de manhã à beira mar
- E já agora, voltar a beber 1,5l de água por dia fora das refeições em vez de aldrabar à farta.
Quem sabe se estes objetivos são suficientes para me trazer aquele gostinho bom de dever cumprido sem o gosto amargo que uma dieta invariavelmente traz.
quinta-feira, 25 de junho de 2020
Nem me acredito!!
Três meses e meio depois de ter vindo para casa em teletrabalho eis que... o patrão diz que é para continuar neste registo até ao final de stembro!!!!
Eu que estava convencidíssima que a partir de dia 1 ía voltar (com muito receio) ao escritório, fiquei nas nuvens!
Confesso que gosto de estar a trabalhar em casa. É que há dias em que trabalho das 9 às 18:30, o telefone não pára e os e-mails são seguidinhos, mas também há dias calmos que me permitem levantar da mesa da sala e passar ao sofá para ver um episódio de uma série, ou estender uma roupa ou tomar um belo banho. Gosto desta liberdade e ter este plano alargado - 3 meses - acaba por ser um sonho neste momento.
Agora que a preocupação com o covid está controlada para mim, é mesmo altura de me dedicar ao self-care. Quem sabe se não é desta que as rotinas se instalam.
domingo, 14 de junho de 2020
Como criar rotinas, alguém me explica?...
As minhas pernas sempre foram o meu maior problema. São gordinhas por todo, desde o tornozelo e repletas de celulite. Se antes eu as odiava e queria a todo o custo mudar a sua aparência (sofri horrores em sessões de mesoterapia), com o tempo aprendi a aceitá-las e a desligar o meu valor da aparência do meu corpo e delas também.
Mas uma coisa é eu fazer todo o percurso mental de aceitar o meu corpo, sentir-me grata pelas experiências que ele me proporciona e outra coisa é eu desleixar-me com ele. Ele merece que eu o trate com amor e com carinho e isso inclui o exercício físico.
Sim, eu abandonei as dietas.
Abandonei o ódio ao reflexo do espelho.
Abandonei a restrição de comidas de conforto.
Abandonei a escravatura da balança.
Abandonei a ligação do meu valor pessoal à minha aparência.
E sim, ganhei peso nesse processo. Bastante.
Mas também ganhei paz interior.
Ganhei um amor próprio que nem sabia que existia.
Ganhei alegria nas mais pequenas coisas.
O que eu não ganhei foi vontade de mexer o meu corpo.
Foram muitos anos a mexê-lo única e exclusivamente motivada pelo ódio à minha aparência e com o único propósito de o obrigar a diminuir de tamanho.
Não é esse o meu propósito agora. Não é minha intenção mexer-me para emagrecer, mas sim porque sinto a necessidade física disso. A minha resistência é nula neste momento e sinto que estou numa altura da vida crucial para abraçar uma rotina destas. Preciso muito. Pela minha saúde.
Não quero ginásios, nem PT's, nem grandes projetos. Quero começar aos pouquinhos mas regularmente. Pode ser uma caminhada, uns agachamentos, umas danças do youtube, subir escadas, ioga online...
O que eu quero é poder subir 2 lanços de escadas sem ficar a morrer, ou passear sem cãibras. Quero que por uma vez, esta vontade de me mexer venha de um sítio de amor por mim e não de ódio, porque é claro que eu sei que isto me faz falta e que é um princípio básico para uma vida saudável.
Mas como é que eu faço para ganhar a vontade de levantar o rabo do sofá ou da cama? Sou bem capaz de passar 2 ou 3 horas entre twitter, instagram, facebook, big brother, novelas... Não me passa pela cabeça desalapar e mexer-me um pouco?...
segunda-feira, 8 de junho de 2020
Destes dias
terça-feira, 19 de maio de 2020
Tive um sonho
Esta noite tive um sonho super real. Sonhei que estava à conversa com uma blogger conhecida e estávamos a falar sobre alimentação e peso. E a conversa era mais ou menos isto:
Eu: Há uns anos atrás eu pesava 93kg e agora peso 97, pelo meio perdi mesmo muito peso, quase 30kg, mas o que é certo é que agora me sinto melhor do que me senti durante este percurso todo.
Ela, que é super apologista de uma alimentação equilibrada e muito saudável só me escutava e olhava com curiosidade.
Eu: Sabes, é que eu antes olhava para o espelho e só conseguia olhar para os meus defeitos, as mamas descaídas , a barriga proeminente, as pernas de elefante, o duplo queixo de avó... E agora não . Agora vejo um todo. Vejo a Lena. E não um conjunto de defeitos.
E acordei.
É verdade que devo pesar agora pelo menos tanto quanto pesava quando iniciei a minha jornada em 2003. Todo o peso que perdi, tornei a ganhar, se não mais, não faço ideia de quanto peso agora, deitei a balança fora como forma de self-care. Também não comecei o meu percurso com 93kg, foi com mais.
Muito sinceramente não me arrependo de ter voltado a ganhar o peso que perdi. Tudo o que sou hoje devo a tudo o que passei. Sei que não teria a mentalidade que tenho hoje se saltasse etapas.
Se gostava de ser mais magra? Claro que sim, mas isso vai ser somente um dos efeitos secundários do self-care e nunca mais a principal razão.
E tudo o que disse no sonho é no que estou a tentar focar-me. Sonhar com isto, num sonho tão vívido, só me faz acreditar que isto é algo que se está definitivamente a enraizar em mim. E desligar o meu valor do meu aspeto é tudo o que eu quero.
O meu subconsciente a mandar-me a mensagem que eu tento seguir na vida real é só poderoso
domingo, 17 de maio de 2020
Dois meses em casa
- Estou há dois meses em casa e a verdade é que uma pessoa se habitua. O pior vai ser mesmo voltar à realidade anterior dos dias corridos...
- Adotamos a Olívia. Tem 2 meses e meio e tanto de estouvada como de mimalhona. A Bia não parava de pedir um gatinho, acho que se estão a dar bem e que lhe fez um bem enorme no medo que ela tinha dos animais.
- Depois de 2 meses em teletrabalho, a empresa convidou todos a tirar 15 dias de férias no mês de maio. Vai ser a primeira vez na vida em que tiro férias sozinha. A Bia tem aulas online de manhã e o hubby está a trabalhar.
- A Bia, apesar de estar no 12º ano não vai às aulas presenciais. Compreendo bem a situação difícil que se vive, mas não concordo com o regime utilizado. Ela só tem de fazer exame a português, mas é obrigada a assistir também às aulas de história. O horário é 2 dias por semana das 13:30 às 17:00 um periodo de português e outro de história em cada dia e quem vai tem obrigatoriamente de assistir às duas aulas, mesmo só precisando de uma. É só estúpido! Punham um dia português e no outro história e era metade da exposição. Continua em casa e faz os trabalhos em auto-aprendizagem. Compreendo que tenham de experimentar o processo porque em setembro vai ser para todos, mas isto nem sequer é viver a escola, não me parece que os miúdos aprendam mais presencialmente sem sequer poderem conviver, só vão stressar mais.
- Já me enchi de ser dona de casa e voltei a chamar a senhora que me limpa a casa semanalmente, mesmo eu estando de férias. É um luxo de que não prescindo e ela vem apetrechada de máscara e luvas.
- Estou farta de comida até aos olhos!!! Não que coma este mundo e o outro, mas pensar no que cozinhar toooodos os dias dá-me cá uma comichão...
- Ontem, depois de mais de 2 meses, fomos a casa dos meus avós levar uma travessa de aletria e conversar um pouco pessoalmente, com a devida distância e máscara colocada. Os velhotes estão mais em risco do que nós, sim, mas também em situação de mais solidão, normalmente só com a televisão como companhia e a perceber só metade do que se diz. É mais duro para eles do que para nós a todos os níveis.
- Daí, fomos os três andar um pouco pelo passadiço de Entre-os-Rios. O número de pessoas que lá andava em grupos era enorme. De tal modo que nos sentimos desconfortáveis e viemos embora.
- Estes 15 dias vão ser diferentes. Estou em casa como nos outros, mas sem estar obrigada de estar a postos entre as 9 e as 18:30. Vai haver mais passeios nem que seja a duas e respirar um pouco de ar fresco que bem precisamos. Com as devidas precauções, tudo se faz.
- Os outros 15 dias de férias vão ser tirados na segunda quinzena de agosto, talvez dê para dar um saltinho ao Algarve, depois logo se vê. Caso precise se mais alguns dias de férias aqui e ali, falto e acabou a conversa.
Dia 1 de junho acaba a obrigatoriedade do teletrabalho, mas espero que se mantenham os horários desfasados, que isto vai ser duro voltar à normalidade...
sexta-feira, 1 de maio de 2020
Hoje foi um dia bom
O hubby foi trabalhar, fui só eu e a filha hoje. Ela, que é uma night-person, pediu para não a acordar, nem para almoçar.
Choveu a noite toda e grande parte da manhã.
Acordei às 8:00 como de costume, fui fazer cereais para o pequeno almoço e colocar uma máscara de óleo de coco na cabeça. Tenho usado um champô para cabelos oleosos que me deixa o cabelo limpinho, mas o couro cabeludo seco e cria um pouco de caspa.
Voltei para a cama e vagueei um pouco pelo instagram, pelo twitter e pelo facebook.
Enchi-me do telemóvel e resolvi por em prática uma coisa que quero tentar este mês : Meditação. Pus o temporizador durante 5 minutos, sentei-me, fechei os olhos e concentrei-me na minha respiração mais profunda. Só eu, o silêncio, o burburinho da chuva e o piar dos periquitos. Não sei se fiz a coisa bem ou mal, mas soube-me bem este bocadinho.
Fui tomar um belo banho demorado e tirar bem a máscara do cabelo.
Fui para a sala apetrechada com os meus cremes e passei-os no corpo todo enquanto via um episódio da minha série do coração "Era uma vez". Gosto tanto!
A filha ainda dormia, fui fazer o meu almoço e voltei para a sala para ver mais um episódio enquanto comia uma comidinha de conforto.
A Bia acordou e enquanto almoçava, vimos os vlogs de que ela gosta enquanto eu jogava um joguinho no telemóvel de renovações de casas em que estou viciadíssima.
A casa precisava de ser limpa e aspirada, mas hoje não nos apeteceu, portanto, não fizemos nada de tarefas.
Passamos parte da tarde a fazer puzzles e legos 😀. Perguntei-lhe: ainda gostas de fazer estas coisas comigo? Diz ela: acho que até brincava com as bonecas, se me apetecesse 😁
Fomos para o quarto dela e ela pôs-se a arrumar gavetas de tralhas enquanto conversávamos sobre tudo. Enquanto ela arrumava eu não me cansava de olhar para ela e pensar como é possível eu amá-la tanto assim. Ela é feliz, eu sinto isso. Temos a melhor relação do mundo e não há nada que eu quisesse mudar.
Hoje senti-me relaxada e, desde há muitos dias, em paz e serena. O facto de não ter visto notícias deve ter contribuído um pouco. E a meditação? Terá tido algum impacto? Não sei. Sei que gostei e quero criar o hábito e continuar. Parece que foi uma ajuda para me trazer de volta a terra e a concentrar-me mais em mim. Gostava começar assim aos poucos e ir vendo o que resulta para mim.
quarta-feira, 29 de abril de 2020
Do correr dos dias
Tenho-me sentido presa nos meus pensamentos ultimamente.
O recomeço das aulas para a Bia, o fim de mais uma fase crítica e a incerteza de como vão ser as próximas semanas, não me sinto preparada nem à vontade para enfrentar o dia-a-dia lá fora. Resta-me esperar que decidam que pequenos passos podemos dar e rezar para que continuem a pensar na saúde em primeiro lugar.
Preciso de paz de espírito para conseguir pelo menos aproveitar um pouco deste confinamento.
Uma pessoa ia fazer e acontecer, arrumar e limpar a casa de cima a baixo, ler livros, ver séries, fazer exercício, aprender a meditar...
Pois sim... Os dias limitam-se a dar um jeito à casa, fazer de comer, arrumar louça, lavar roupa, sofá, perder tempo em redes sociais tóxicas entre o levanta e senta ao computador para ir fazendo algum trabalho que vá aparecendo. Há dias em que o telefone toca 100 vezes para resolver 50 assuntos diferentes, há dias em que permanece mudo.
E os dias vão passando, uma pessoa chega à noite cansada e ao olhar para o dia parece que não fez nada e sente-se um bocado inútil.
Nestes últimos dias a televisão tem-se mantido o dia todo nas notícias. O ruído de fundo, ainda que baixo, é um burburinho constante de números, mortes, infetados, confinamento, retorno à normalidade... E sim, eu sei que não é saudável e já tinha deixado de o fazer, mas o sentimento de insegurança e de incerteza quanto aos próximos passos a dar leva-me a isto e isola ainda mais o meu pensamento neste assunto. A minha cabeça é agora uma grande bola de preocupação de covid e nem sequer sobra espaço para o self-care e o self-love.
Eu sou uma pessoa do buraco, dou-me bem na minha toca. Só não gosto desta limitação intensa da liberdade e a sensação permanente de perigo invisível em todo o lado antes inofensivo, corrói-me por dentro.
É claro que eu quero poder dar um passeio à beira mar sem a sensação de que estou a infringir a lei. Sabe deus as saudades que eu tenho de ir ao Marshopping só naquela de ir ao cinema e ver lojas. Mas não vejo que daqui para a frente vá dar tanto prazer como até agora.
Não entendo as pessoas que estão mortinhas por voltar à normalidade. Eu estou aterrada pelos primeiros tempos de adaptação. Porque de "normalidade" vai ter muito pouco, não pensem lá que tão cedo vamos andar por todo o lado como dantes. Coisas tão simples como entrar numa loja e experimentar uma peça de roupa por exemplo, ou sentar num café a lanchar. A mim pelo menos vai fazer-me pensar em imensos cenários de perigo.
Por isso, o retorno à normalidade não vai ser flores e borboletas como muitos pensam... Vai é ser uma aprendizagem constante, ter atenção a pormenores que nem nos passavam pela cabeça no pré-covid. Isso ou uma grande vaga de novos casos pela ânsia de respirar liberdade...
quinta-feira, 23 de abril de 2020
Quarenta dias de quarentena
Passaram-se quarenta dias desde o fim do mundo como sempre o conhecemos.
Desculpem lá o pessimismo, mas acho que nunca mais a vida e as relações sociais vão ser como dantes. Primeiro será por medo e depois por hábito. Acredito que a distância individual veio para ficar.
São já quarentena dias de poucos afetos dos mais próximos e mesmo nenhuns de fora da nossa bolha.
São conversas a mais por telefone e a menos presencialmente. Até porque chega a um ponto em que dói menos o telefonema do que o olhar à distância sem poder abraçar ou tocar, ou o simples beijinho da praxe.
São quarenta dias quase 24/7 com a minha filha, mas com muito poucos stresses. Damo-nos bem e respeitamos o tempo uma da outra. Com o hubby, como ele tem passado grande parte dos dias no armazém, os dias acabam por ser mais normais.
São quarenta dias num ritmo mais lento. Contam-se pelos dedos das mãos as vezes que saí de casa para ir trabalhar e o simples pensamento de que isso possa estar a terminar deixa-me numa pilha de nervos. A prova disso é que são 3:20 da manhã e o sono não vem.
Esta incerteza mata qualquer um aos poucos. Gostava de pertencer àquele grupo de pessoas do "depois logo se vê", mas infelizmente faço parte da equipa dos "sofredores por antecipação" e para nós, a incerteza é o maior veneno.
É provavel que o mês de maio vá ser de uma quinzena de férias obrigatórias na empresa, que de férias não vai ter nada porque o hubby vai estar a trabalhar e a filhota com aulas online de manhã e trabalhos de tarde. E convenhamos, estar fechada em casa não é o meu conceito de férias. Mas é um sacrifício que nos foi pedido para evitar o lay-off e não vou ser eu a ovelha ranhosa a por problemas. Uma coisa é garantida: 15 dias de férias em agosto ninguém me tira e se tudo corresse maravilhosamente bem (que não me acredito), uma semana em setembro para ir à Disney considerando falta justificada e não remunerada estão em cima da mesa, foram essas as minhas condições.
Ao stress do confinamento, a Bia tem de lidar ainda com o stress de concluir o 12º ano, preocupar-se com o exame (felizmente só o de português, livrou-se do de história) e da entrada na faculdade. Ela está a lidar com tudo aparentemente bem, mas é claro que mexe com ela. Por mais caseira que uma pessoa seja, ninguém aguenta!
Temos dado a nossa voltinha pelo quarteirão todos os dias, mas começa a saturar, a paisagem não muda, nem o silêncio.
Resta-nos fazer a nossa parte e rezar para que mais uma vez as decisões do governo no fim do mês sejam a pensar principalmente na saúde das pessoas. Sim sei bem que a economia blá-blá-blá, mas aí sim, logo se vê, nem que tenha de se voltar ao tempo de uma sopa ao jantar e de uma sardinha para três, como diz a minha avó, com saúde tudo se resolve.
quarta-feira, 8 de abril de 2020
Não gosto de me sentir assim
segunda-feira, 30 de março de 2020
Cá por casa
quinta-feira, 19 de março de 2020
Éramos felizes e não sabíamos
Pela primeira vez na minha vida trouxe o trabalho para casa. Desde terça feira que a empresa decidiu reduzir ao mínimo o pessoal nas instalações, ficando lá só uma pessoa por departamento à vez e ficando as outras em teletrabalho, o que na prática significa que só lá tenho de ir uma vez por semana.
A Bia já está em casa há quase uma semana, agora com a minha companhia a tempo inteiro. E é complicado.
Aquelas pequenas coisas todas que sempre tomamos por garantidas, um simples abraço, um beijinho roubado, ir a uma loja só porque sim, dar um passeio à vontade, fazer um jantar, conviver com outras pessoas... Tudo isso sem ser assombrado por este perigo invisível que não escolhe idade, estatuto social, sexo. Que limita todos os nossos movimentos porque ei, mais vale prevenir...
Hoje como saí para ir para o escritório, aproveitei e fui ao supermercado. Aquele sítio onde já fui centenas de vezes estava hoje fantasmagórico. As lojas das galerias quase todas encerradas... Os corredores quase vazios... Olhei para o carrinho com um nojo que nunca senti antes e mesmo com luvas descartáveis senti-me suja no final das compras. Entrei e saí de boca fechada como se essa atitude me protegesse contra este mal que não vemos mas que está já por todo o lado. Estava desejosa de sair daquele sitio onde tantas vezes fui só para passar tempo. A música ambiente estava muda como que a empurrar-nos para fora daquele que deixa de ser um local de lazer para ser somente uma necessidade.
Voltei à empresa, despejei o desinfetante nas luvas e lavei as mãos. Ainda as sentia sujas porra!!
Voltei a casa, tomei um banho e livrei-me da sujidade do mundo. O mesmo mundo que até agora era lindo e seguro, está de um momento para o outro pejado daquela ameaça invisível infernal.
O banho trouxe-me à memória a notícia que li de tarde sobre a enormidade de mortos em Itália que faz com que camiões militares circulem nas ruas para transportar os caixões para outras localidades que tenham ainda capacidade de tratar das cremações. E chorei. Porque mexeu demais comigo. Porque isto está longe, mas ao mesmo tempo perto demais... E se estivermos a olhar para o nosso futuro próximo?
Como é que é possível tamanha calamidade acontecer em países tão desenvolvidos? Será que o que estamos a fazer nos vai fazer saltar algumas etapas e vamos conseguir não chegar a tão terrível destino? Como é possível uma pessoa viver toda uma vida e morrer sozinho e abandonado por um sistema que de vê obrigado a dar preferência a alguém que tenha mais chances de sobrevivência? Que raio de morte é esta? Desarmei e desabei.
E quem põe juízo na cabeça dos velhotes? Quem vai dizer aos cabeças duras dos meus avós de 90 anos que têm de deixar de ir almoçar fora e de ir ao café e dar a voltinha da praxe e que têm de se aturar dias a fio os dois em casa desafiando a paciência um do outro? Eu que estou super-informada tenho medo do bicho invisível, mas eles parados numa era não-tecnológica, não compreeendem tamanho alarido. Resta-nos picar-lhes os miolos até eles compreenderem a gravidade da situação.
E é isto.
A última coisa que eu queria era sentir medo de ir à rua. Mas hoje senti. E se para controlarmos isto é necessário viajarmos somente do quarto para a sala, para a cozinha e para a varanda, assim seja.
Vai-te embora bicho mau. Já ganhaste! Roubaste-me o que de mais importante eu tinha e não o sabia: a minha liberdade e leveza de espírito.
sábado, 14 de março de 2020
Cá por casa
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020
Odiozinho de estimação
Comprar roupa sempre foi aquela tarefa que eu adiiiiooo até não poder mais. Odeio! Mas quando abro o roupeiro e um dos dois pares de calças de ganga pendurado está quase a romper entre as pernas (o flagelo do costume), sei que não posso arrastar isso muito mais.
Eu já fui um tamanho 50 há uns belos anos atrás e contentava-me com roupa de velha que havia numa ou noutra loja. Servia? Ótimo! Não era lá muito bonito e muito menos na moda, mas pelo menos servia… ufa...
Também já fui um tamanho 42 há um par de anos atrás mas nem por isso a experiência era mais agradável. Sim, já havia um maior número de lojas onde podia atrever-me a entrar, mas era uma altura em que eu odiava o meu corpo, odiava olhar para ele nos espelhos dismórficos dos provadores e os olhos caiam única e exclusivamente nos meus monstruosos defeitos. Eu pegava única e exclusivamente na peça de roupa tamanho 42, era impensável subir um tamanho. Isso era um tremendo atentado à minha perda de peso e a culpa da roupa não me servir era única e exclusivamente do meu corpo parvo.
Hoje sou um tamanho 46. Mas se for um 48 ou um 44 também não tem mal nenhum. Consegui finalmente compreender que há simplesmente roupa que não foi desenhada para o meu tipo de corpo e isso não tem mal nenhum. É procurar outro modelo. Simples assim. Ajuda muito o facto de eu olhar para o meu corpo como um todo belo e não como um amontoado de defeitos horríveis.
Sim, o meu peito é descaído, mas alimentou a minha filha durante mais de um ano. A minha barriga é flácida, mas foi o ninho dela durante 9 meses, protegeu-a, alimentou-a, fê-la a partir de uma sementinha. As minhas coxas são grandes sim e molinhas, mas levam-me a tantos sítios bonitos. E os meus braços rechonchudos dão os melhores abraços.
Fazer as pazes com o meu corpo e aceitá-lo como ele é em vez de o odiar pelo que não é foi a melhor mudança que eu podia ter feito na minha vida. Olhar no espelho e ver a beleza total em vez de cada um dos defeitos em separado é de uma serenidade inigualável.
E isto não se trata de nenhuma ode à obesidade, trata-se sim de viver tranquila com o que na realidade sou e não estar constantemente na luta contra os quilos indesejados. Eu agora trato bem de mim pelo único prazer de tratar de mim e ouvir o meu corpo. Ele estava a suplicar por que eu parasse de o fazer encolher a um tamanho que ele não estava preparado para ter. Era uma luta 24/7 para perder 100 ou 200gr e o ódio e o sentimento de culpa por não conseguir mais estavam a consumir-me por completo.
É tão, mas tão importante ver mulheres reais por essa internet fora. É tão importante termos a noção de que não é preciso encaixar ali entre o 36 e o 42. Há corpos de todos os tamanhos e feitios e é urgente aprendermos a amar-nos de qualquer modo.
A minha saúde mental saiu a ganhar no meio disto tudo e no fim de contas a física também, as análises clínicas assim o indicam.
Isto tudo para dizer que acabei por comprar 2 pares de calças. Levei imensos pares 46 e 48 e houve dois que me fizeram sentir mesmo bem com eles vestidos. Era para trazer um terceiro, mas não estava 100% do meu agrado, portanto resolvi não me contentar com menos do que mereço. É certo que não consigo comprar roupa em todas as lojas, mas vejo que há uma preocupação crescente para a aceitação de vários tipos de corpos e há cada vez mais oferta para tamanhos maiorzitos.
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020
Ela já não é só minha
A Bia sempre confiou em nós. Disse-nos aos 14 anos que achava que gostava de meninos e de meninas e disse-nos no ano passado que tinha chegado à conclusão que afinal gostava só de meninas. O nosso apoio sempre foi total para ela. Depois lá tratamos de lidar com os nossos sentimentos cá dentro, mas com a certeza do apoio total e absoluto.
A namorada tem a experiência oposta. Os pais descobriram e proibiram-na de namorar com raparigas. Que preferiam que a filha fosse uma assassina… Que a põem fora de casa… Que ela não pensa na felicidade dos pais… Incentivaram-na a namorar com um rapaz, para ver como está errada… Não consigo compreender como é que uns pais conseguem ter este tipo de comportamento com um filho e fico realmente triste que este seja o outro lado da história que afeta a minha filha.
Apesar de eu ter reagido com naturalidade desde o início, não nego que tive alguns demónios que tive de resolver na minha cabeça sozinha, mas nunca os projetei para a minha filha! Lutei para que ela não sentisse preconceito nenhum e agora vêm estas pessoas retrogradas fazê-la sentir isso na pele. Magoa-me muito…
Portanto, é um amor semi-proibído, para já, pelo qual estão ambas dispostas a lutar. E eu tenho tanta pena que a felicidade delas seja ensombrada por isto.
Mas os meus demónios agora são outros. É que ela deixou de ser só minha…
Ela é a minha melhor amiga e a minha maior companheira. A pessoa que me conhece como ninguém. Conscientemente, eu sei que na realidade isso pouco ou nada vai mudar, mas inconscientemente eu tenho um medo terrível de perder as nossas conversas, o nosso mimo, o nosso toque, o nosso encosto.
Eu, a supra-sumo do “sofrer por antecipação”, sinto que estou um pouco a sofrer com a síndrome de ninho vazio, apesar de ela estar aqui sentada ao meu lado no sofá, apesar de termos passado a tarde na praia as duas e apesar de nos últimos dias eu ter sido a primeira a quem ela pediu conselhos e colinho.
Porque a Sweet de 17 anos não dava a mínima abertura a que os pais soubessem a ínfima parte da sua vida. Eu sei que a Bia não é assim. Eu sei que a nossa relação está a anos luz da relação que eu tinha com a minha mãe. Eu sei que a Bia não vai deixar que a namorada se meta entre nós as duas. Mas inconscientemente continuo a transportar-me para os meus 17 anos e não a quero deixar escapar-me por entre os dedos.
Lá está, esta é outra coisa que eu tenho de resolver na minha cabeça, porque é só lá que existem estas dúvidas. Eu eduquei-a bem. Ela mal precisou, falou logo comigo, contou-me tudo o que se passava e pediu-me conselhos.
Tenho é de repetir mil vezes o que ela já me disse mais do que uma: nem eu sou a minha mãe, nem ela é eu. A nossa relação é imensa!
quinta-feira, 23 de janeiro de 2020
Eu, ela e ele
Neste fim de semana decidimos em família que iriamos melhorar o nosso estilo de vida. Não que tenhamos uma vida muito desregrada, mas há alguns pontos onde podemos melhorar.
Isso inclui melhorar a nossa alimentação, torná-la mais intuitiva e nutritiva, reduzir às guloseimas que muitas vezes são uma muleta para lidar com o stress (eu) acompanhar as refeições maioritariamente com água (ele) e mexermo-nos com mais assiduidade e com prazer em vez da sempre presente obrigação (todos).
Plano feito e aceite de bom grado por todos, decidimos que as caminhadas seriam aos fins de semana e à 4ª à noite. Muito bem!
A 4ª aproximava-se e a minha cabeça já tinha arranjado meia dúzia de desculpas:
- Tenho de acabar o jantar
- Vamos jantar muito tarde
- Está frio
- Agora já é tarde
- O sofá é tão mais confortável
- Não gosto desta zona para caminhar
- Se pegarmos no carro para ir para outro lado, apanhamos trânsito e fica ainda mais tarde.
Ela também tinha algumas desculpas preparadas:
- Se estiver vento não vou
- Ainda tenho de tomar banho
Ele chegou cheio de vontade e não cedeu às nossas desculpas...
Afinal o jantar estava adiantado.
Fomos antes do jantar caminhar pela nossa zona porque na realidade já não era assim tão cedo. Para a próxima procuramos outra zona.
O frio que estava foi-se dissipando com o calor da caminhada.
Quando chegamos ela tomou banho enquanto eu acabava o jantar.
Jantamos e o sofá continuava lá bem mais confortável do que dantes.
Jantamos mais tarde sim, mas ainda pudemos disfrutar do serão e com o sentimento de dever cumprido.
Se eu estivesse por minha conta, tinha desistido. Sim eu sou a rainha das desculpas. Assim a três torna-se mais fácil. Uns puxam os outros. Espero que seja para continuar!
domingo, 5 de janeiro de 2020
Para 2020
Quero continuar a ser a minha melhor amiga.
Quero voltar à slow living e focar-me em sentir-me bem.
Quero voltar ao exercício pelo prazer do movimento e não pelo dever (sabe deus como preciso de me mexer).
Quero continuar no caminho da alimentação intuitiva, mas a ouvir melhor o meu corpo.
Quero continuar a olhar-me no espelho com gentileza e abraçar as minhas regueifinhas com amor em vez de ódio.
Quero passar belos momentos em família que sei que serão inesquecíveis (este é o ano em que finalmente vamos os três à Disney como presente de maioridade da princesa).
Quero estar rodeada de saúde e felicidade.
Na realidade é mesmo só isso que importa...