quarta-feira, 16 de junho de 2021
Cansaço vs motivação
sexta-feira, 21 de maio de 2021
segunda-feira, 10 de maio de 2021
Esta sou eu
A do espelho, hoje.
Tem dias que olho para mim e me sinto uma matrafona (tenho mesmo de continuar a renovar o guarda-roupa para o meu corpo atual), mas hoje gostei de me ver. Não sei se tem a ver com a roupa, é muito básica e simplezinha, mas gostei do conjunto final, e principalmente da confiança que vejo no espelho.
A da foto por cima do espelho, há mais de 20 anos.
Esta foto foi tirada num casamento, a roupa que usava foi queimada por mim numa cerimónia simbólica da "queima da gorda" depois de vários quilos perdidos muito à custa uma dose generosa de saúde mental (reconheço agora). Mas o que mais me salta aos olhos na foto é a minha expressão que exala falta de confiança. A foto foi posta ali para eu me lembrar de nunca mais voltar a ser assim (gorda). Na verdade, hoje até peso mais do que na altura, mas a auto-confiança que ganhei ultrapassa tudo. E é verdade, eu nunca mais quero ter aquela expressão. Quanto ao peso, já fiz as pazes com isso.
A da foto ao lado é da minha wannabe 😊.
Foi uma brincadeira que o hubby fez com o Harry que tanto me inspira com a sua música e com a sua filosofia de bem estar na vida. O Treat People With Kindness é sim um modo de estar no mundo e em muito contribuiu para me sentir bem comigo e isso não tem preço.
Às vezes olho para fotos minhas e não me reconheço. Quer dizer, não me lembro de ser assim. Penso que deve ser porque houve muitas fases, demais até, em que não me olhava ao espelho por não gostar de me ver. Por esmiuçar todos os defeitos em vez de olhar para o meu todo e agradecer ao meu corpo a vida que me proporciona.
Olhar ao espelho com gentileza pelo meu corpo, agradecer às minhas pernas por me permitirem deslocar-me, agradecer aos meus braços por me permitirem abraçar os meus, à minha barriga que deu abrigo à minha melhor companhia, isso ultrapassa as regueifinhas dos braços, a casca de laranja das pernas e as riscas reluzentes da barriga.
E isso deu-me acima de tudo uma paz de espírito imensa. Saber que posso ser feliz neste meu corpo de hoje, não me sentir uma estranha a tentar fugir de um corpo que não me pertence e só me dar permissão de ser feliz quando lá chegar… deixar de pensar assim e aceitar-me realmente como sou, é um passo de gigante!!
quarta-feira, 28 de abril de 2021
Dos pequenos passos...
segunda-feira, 19 de abril de 2021
Da nova mindset
sábado, 17 de abril de 2021
Da primeira semana
Olha, senti-me bem! Muito bem, mesmo.
Aumentei ligeiramente o consumo de legumes, tornei os lanches mais saudáveis, troquei o chocolatinho do almoço por um rebuçado de café sem açúcar (eu não tomo café) e mantive o quadradinho de chocolate depois do jantar.
Fizemos algumas caminhadas em família com puro prazer em vez de obrigação e voltei a ocupar a cabeça com projetos de trabalhos manuais.
Continuei a respirar fundo mais vezes, a fazer mais pausas mais vezes e a não me deixar interromper mais vezes.
É um trabalho holístico, melhorar o corpo e a mente como um todo em vez de só o corpo com o sacrifício da saúde mental como aconteceu no passado.
O número da balança baixou, mas melhor do que isso, sinto-me em paz comigo e com as minhas escolhas. Isso sim, é sucesso ❤️
terça-feira, 13 de abril de 2021
O primeiro dia do resto da minha vida
Hoje desde há muito, muito tempo, não comi um único pedaço de chocolate. Não é de todo a minha intenção abolir o chocolate que tanto prazer me dá, mas hoje, em particular, fazia sentido mostrar a mim própria que eu conseguia, se assim o quisesse. E verdade seja dita não me custou nada.
Hoje o almoço teve muitos legumes e fruta, o lanche foi básico e satisfatório e o jantar foi bem frugal. Tanto que durante a nossa caminhada que se seguiu pensei: comi pouco, tenho fome. Um chá e uma bolacha resolveram o assunto.
Não é assim que todos os dias vão correr em termos de alimentação, mas quero que sejam mais os dias assim do que de excessos. Não vou abolir absolutamente nada, muito menos o que realmente me dá prazer. Mas vou reduzir. E vou voltar ao básico, ao menos processado.
A mentalidade do "perdido por cem, perdido por mil" já tinha abandonado há muito, felizmente. É agora vez de ajustar a mentalidade do "é só hoje". Esta era diária...
Hoje comprei uma balança, mas guardei-a longe de mim. Sei bem a pressão psicológica que a curiosidade de ver o progresso me causa. A minha ideia é pesar-me ao sábado, só para avaliar se estou no bom caminho, o número não é relevante. Caso comece a mexer com a minha cabeça, mudo os hábitos.
O que mais me arrasou ontem é que eu não estava a contar minimamente ter passado a barreira psicológica dos 3 dígitos. Na minha mente eu estava a ir bem e mantinha-me ali na linha de água, teria até perdido algum peso. Foi uma bela bofetada que apanhei. E não quero apanhar-me mais desprevenida.
Não quero ficar obcecada pela balança, não vou voltar a prender o meu valor ao número que ela vai mostrar, nem vou pesar-me 2, 3 ou 4 vezes por dia.
Vou levar um dia de cada vez. Vou respirar mais vezes fundo e erguer mais vezes a cabeça. Vou fazer mais pausas e vou olhar para mim com orgulho mais vezes.
Este abanão foi forte e mexeu comigo, mas pode muito bem ter sido exatamente o que eu precisava.
domingo, 11 de abril de 2021
Dia zero?...
Pesei-me.
E vi algo que nunca imaginei para mim: 3 dígitos.
Eu sei que o número da balança não me define. Eu sei que o número da etiqueta das calças não me define. Eu sei que o espaço que ocupo no sofá não me define.
Eu sei o valor que tenho como mulher, como mãe, como esposa, como filha, como neta, como amiga, como profissional. E nada disso está ligado à minha aparência física.
Eu hoje sei que é impossível odiar-me até me amar, que isso não resolve porra nenhuma, só me diminui perante mim própria.
Eu não me arrependo de ter ganho 35kg depois de ter perdido 30. Esse foi o meu caminho e não seria a pessoa que sou hoje se não o tivesse percorrido passo após passo.
Tornou-me uma pessoa melhor, mais forte, mais independente, mais segura. Hoje não preciso da validação dos outros para me validar a mim mesma.
Mas...
Não posso continuar assim. O peso em excesso vai fazer-me mal, sim. Não à pessoa que me olha de volta no reflexo do espelho, essa sei o valor que tem. Mas vai fazer mal ao peso que os meus pés e pernas têm de carregar e eventualmente vai sobrecarregar o meu coração, ou os meus pulmões.
Eu quero perder peso. Eu preciso de perder peso. Mas nunca mais odiar-me como motivação... onde é que raio eu tinha a cabeça para algum dia ter achado isso uma boa ideia.
Eu quero perder peso porque me amo. Porque isso sim é cuidar de mim.
Eu quero pesar-me e não confundir o meu valor com o número da diaba da balança. Eu quero levantar-me do sofá e não caminhar como uma velha de 80 anos.
Eu não quero entrar no cíclo diabólico das dietas que não resultam e que nos convencem que a culpa é sempre nossa da nossa falta de empenho e de motivação.
Isto é um equilibrismo numa linha muito fina e quebradiça, mas eu tenho de tentar. Por muito difícil que seja manter esse equilíbrio. Não quero é continuar no caminho em que estou neste momento.
segunda-feira, 22 de março de 2021
Dos hábitos do passado
Hoje eu consigo olhar-me no espelho e não me focar somente nos pontos negativos.
Hoje eu consigo não precisar de validação externa para gostar de mim.
Hoje eu consigo fazer todo o tipo de refeições sem achar que estou a cometer um enorme pecado.
Foi preciso muito tempo, muito investimento próprio, muita desaprendizagem para chegar onde estou hoje.
O meu copo de auto-estima está cheio e hoje eu posso dizer que aprendi a gostar verdadeiramente de mim como um todo.
Mas...
Confesso que de vez em quando as ideias antigas ainda me visitam.
Confesso que às vezes morro de medo do futuro, dos problemas que o meu peso me possa trazer e muitas vezes penso que seria mais fácil e confortável voltar ao infinito ciclo das dietas que eu tão bem conheço (atenção: não é).
Confesso que às vezes fico triste pelo quanto o meu corpo mudou e pelo facto de poucas coisas que tinha me continuar a servir. Tento não ceder à tentação de guardar peças mais pequenas com o intuito de um dia voltar a caber nelas, não faz bem a ninguém isso.
Confesso que continuo a fazer zero exercício, apesar de saber perfeitamente o bem que faz ao corpo e ainda mais à mente. Sei que continua a ser auto-sabotagem, mas não consigo ter vontade de me mexer seja de que maneira for.
Desaprender todos os hábitos apregoados pela indústria das dietas como "saudáveis" quando tudo o que faziam era deitar-me abaixo e empurrar ainda mais para o fundo a minha auto-estima é um trabalho árduo. Remar contra a maré dessa indústria que movimenta milhões é um trabalho a tempo inteiro. E às vezes apetece-me atirar a toalha ao chão e voltar a "encarneirar" nas dietas. Era mais fácil, de facto.
Mas depois penso em tudo o que passei, o quanto me custou a chegar aqui, ao ponto alto deste amor por mim e sei que não vale a pena voltar a odiar-me para modificar o meu corpo.
É seguir em frente, uns dias melhor e outros dias pior e tentar todos os dias fazer o melhor para mim.
É difícil, mas tenho de continuar comigo no topo das prioridades.
segunda-feira, 1 de março de 2021
Hoje foi o dia!
domingo, 21 de fevereiro de 2021
Do desperdício e da falta de
Não posso deixar me me achar afortunada por passar estes largos meses em casa parcialmente. Faço a minha parte, a minha família também e esperamos por melhores dias.
Mas há dias em que me sinto farta de tudo isto.
Sinto que este tempo precioso que passo em casa é constantemente desperdiçado. Se antes dizia à boca cheia "ah não faço exercício/meditação/yoga/ler/refeições mais elaboradas porque não tenho tempo", pois que agora tenho tempo e continuo a não o fazer. Ao fim de quase um ano desta slow-living forçada, sinto que desperdicei o que de mais importante tenho: o meu tempo.
Parece que passo o meu tempo a cozinhar ou a pensar em comida, a trabalhar ou simplesmente no sofá a ver séries repetidas ou a fazer scroll no telemóvel. Num rame-rame constante. Quando podia aproveitar este tempo precioso para fazer coisas boas por mim que habitualmente na realidade não tenho tempo. Tempo agora tenho, mas a nuvem negra que paira o dia inteiro sobre todos, parece que me suga a vontade de fazer seja o que for.
E sinto falta da minha liberdade. Sinto falta da beira-mar, da maresia, da areia fria e das águas gélidas nos pés descalços. Sinto falta de jantar com os meus pais. Sinto falta de ir ao shopping. Sinto falta de querer uma coisa ir dar ali um saltinho a comprar. Sinto falta de planear um fim de semana fora. Sinto falta de ir fazer uma caminhada longe de casa.
Estou farta de ser prisioneira, quando eu devia era dar graças de poder estar protegida nesta bela prisão que é a minha casa. Devia estar agradecida por o inimigo ainda não nos ter batido à porta nem à dos nossos.
Hoje fomos os quatro fazer uma caminhada: ela, ele, eu e minha enorme neura. Cheguei a casa, meti-me no banho e solucei uns bons minutos sozinha. A neura acalmou, mas sinto-me farta à mesma. Farta de não ter a minha liberdade e farta de não aproveitar a sorte que a slow-living me trouxe.
Amanhã o dia será melhor.